A glutamina é considerada um aminoácido não essencial, mas podendo assumir o papel de condicionalmente essencial, em situações específicas. Na saúde e na doença, a taxa de consumo de glutamina pelas células do sistema imunológico é semelhante ou maior que o da glicose.
Estudos in vitro e in vivo mostram que a glutamina é um nutriente importante para a proliferação de linfócitos, macrófagos e fagocíticos, ambos direcionados para o combate à infecção celular.
A liberação e a disponibilidade de glutamina para a circulação são controladas principalmente pelos principais órgãos metabólicos, como intestino, fígado e músculos esqueléticos. Durante situações catabólicas ou hipercatabólicas a glutamina pode se tornar essencial para a função metabólica, mas sua disponibilidade pode ser comprometida devido ao prejuízo gerado na homeostase de aminoácidos.
Por esse motivo, a glutamina pode fazer parte dos protocolos de suplementação nutricional para uma ampla gama de situações catabólicas, como em atletas exaustos, geralmente atletas de elite.
O que pesquisas dizem sobre a glutamina?
Uma pesquisa observou redução na incidência de infecção, nos sete dias posteriores ao exercício, em corredores de média distância, maratonistas, ultramaratonistas e remadores, quando suplementados com uma dose de 5 g de glutamina, em 330 mL de água, ministrada imediatamente e 2 horas após a competição ou sessão de treinamento intenso.
Entre os atletas que receberam a suplementação, apenas 19% registraram alguma infecção, enquanto 51% dos atletas que receberam placebo mencionaram ter adquirido algum tipo de infecção durante o período estudado3. Embora seja comum a glutamina estar relacionada à imunidade de atletas, novos estudos têm correlacionado seus efeitos com composição corporal e com o rendimento dos atletas.
Recentemente em um artigo de revisão e meta-análise, pesquisadores sugeriram possíveis efeitos da suplementação de glutamina na composição corporal de atletas. Foi observada uma redução no peso corporal, justificada por fatores externos, também considerados relevantes, na interpretação dos resultados, como a intensidade do programa de treinamento, a relação entre a glutamina e o metabolismo lipídico e o uso concomitante de outros suplementos4.
Sendo assim, novas hipóteses têm sido apresentadas em âmbito científico para explorarmos mais o uso da suplementação de glutamina em atletas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Soares T C, Silva L A, Norões A L R, Medeiros S R A, Cavalcante R M S. Efeitos da suplementação de glutamina em atletas de alto rendimento: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 13. n. 77. p.17-26. Jan./Fev. 2019. ISSN 1981-9927.
- Cruzat V, Rogero M M, Keane K N, Curi R, Newsholme P. Glutamine: Metabolism and Immune Function,Supplementation and Clinical Translation. Nutrients 2018, 10, 1564; doi:10.3390/nu10111564.
- CASTELL LM. POORTMANS JR, NEWSHOLME EA. Does glutamine have a role in reducing infections in athletes? Eur J Physiol. 1996; 73:738-742.
- Ahmadi AR, et al., The effect of glutamine supplementation on athletic performance, body composition, and immune function: A systematic review and a meta-analysis of clinical trials, Clinical Nutrition (2018).